Há tempos que as pesquisas científicas apontam benefícios em relação ao consumo de sementes e grãos integrais para a saúde. Isso acontece parte pela presença das fibras dietéticas, as quais são primordiais. Elas desempenham um papel muito importante na prevenção e alívio das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), por exemplo1. Mas, outros nutrientes podem contribuir também! Confira três dos grãos e sementes mais conhecidos e porque podem ser interessantes incluí-los na alimentação:
Quinoa
Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) é considerada um pseudocereal rico em macronutrientes e micronutrientes, incluindo vitaminas do complexo B e minerais como fósforo, ferro e zinco. Contém proteínas de alta qualidade nutricional devido ao excelente equilíbrio de aminoácidos essenciais, e possui diferentes compostos bioativos, incluindo fenólicos, betaninas e carotenóides, os quais demonstraram potencial antioxidantes, anti-inflamatórios e outros efeitos de promoção da saúde com base em estudos in vivo e in vitro2-5. Além disso, a quinoa é uma excelente fonte antioxidante. O que sugere um papel na prevenção do envelhecimento da pele e em processos oxidativos6.
Chia
A Chia (Salvia hispanica) é uma planta herbácea, cujas sementes são consumidas há milhares de anos. Elas possuem alto teor de fibra alimentar e proteínas, ricas em muitos aminoácidos. Além disso, têm altos teores de ácidos graxos poliinsaturados, principalmente ácido alfa-linolênico, pertencentes ao grupo dos ácidos graxos ômega-3. Essas sementes também são uma boa fonte de muitos minerais e vitaminas, bem como compostos bioativos de alta atividade antioxidante, principalmente polifenóis e tocoferóis7. Pesquisas indicam que os componentes das sementes de chia podem ser benéficas para o perfil lipídico plasmático, principalmente por contribuírem com efeitos hipotensivos, hipoglicêmicos, antimicrobianos e imunoestimuladores. Estudos conduzidos com pacientes com diabetes tipo 2 mostraram que o fornecimento diário de 15 g / 1000 kcal de sementes de chia por 12 semanas causou uma redução estatisticamente significativa na concentração de proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-us) (em 40%) e Fator de von Willebrand (em 21%). A pressão arterial sistólica (PAS) foi reduzida em 6,3 mm Hg. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nos níveis de glicose no sangue ou nos parâmetros do perfil lipídico do sangue (CT, LDL, HDL e TG)8.
Linhaça
A linhaça (Linum usitatissimum) é a semente do linho (Linum usitatissimum), pertence à família Linaceae. Contém uma composição rica em ômega-3 (n – 3) ácido graxo-ácido linolênico (ALA) (C18: 3n – 3)9, e um potente antioxidante chamado lignana Secoisolariciresinol diglicosídeo (SDG)10, extraído de seu óleo. Essa composição, por meio de uma ação isolada ou sinérgica, parece ter um efeito benéfico e significativo no sistema cardiovascular. Estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão de ALA tem efeitos cardioprotetor. O estudo Nurse’s Health Study investigou por exemplo, a frequência alimentar de 1.116 itens com 76. 283 mulheres por 10 anos. Eles descobriram que uma maior ingestão de ALA na forma de óleo cinco ou seis vezes por semana reduziu significativamente o risco de doença cardíaca coronária fatal11.