A Diabetes mellitus (DM) é uma doença que causa um distúrbio metabólico na glicemia, resultante da deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos1. De acordo com a International Diabetes Federation, a incidência da doença no Brasil em 2045, pode chegar a 20,3 milhões de pessoas. Mundialmente, essa estimativa chega a 425 milhões2, reiterando o quanto a doença pode ser problemática para o setor de saúde pública.
A Sociedade Brasileira de Diabetes diz que o aumento da prevalência do diabetes do tipo 2 (DM2) está associado a diversos fatores, dentre eles, destacam -se o estilo de vida sedentário e o excesso de peso. O que traduz a importância de terapia nutricional adequada, tanto no gerenciamento, quanto na prevenção das possíveis complicações decorrentes da doença1,3,4. Nesse sentido, pesquisas recentes, trazem algumas observações a respeito da vitamina D em pacientes com diabetes do tipo 2.
Relação entre a Vitamina D e diabetes do tipo 2
A vitamina D está relacionada com o metabolismo ósseo, mas também desempenha um importante papel no metabolismo glicêmico, principalmente por participar da síntese de insulina pelas células beta pancreáticas5,6,7.
Estudos indicam que a concentração circulante de vitamina D seja inversamente relacionada aos marcadores do metabolismo glicêmico, como glicose de jejum e porcentagem de hemoglobina glicada (% HbA1c) e diretamente relacionado à sensibilidade à insulina8,9.
Uma recente revisão sistemática com meta análise observou resultados do efeito da suplementação de vitamina D e foi encontrado uma redução no HOMA-IR em grupos de intervenção em comparação ao grupo placebo10. Ainda que bastante promissor o resultado, os efeitos da suplementação de vitamina D no controle glicêmico devem ser avaliados, dadas as diferenças nas doses e nas vias de administração utilizadas. Isso explica, outros resultados que não encontraram benefícios com a suplementação de altas doses de vitamina D comparada com doses contínuas na melhora do controle glicêmico11,12.
Ainda que os mecanismos não sejam totalmente compreendidos, os estudos mostram o quanto a vitamina D parece desempenhar um papel importante no metabolismo glicêmico. Porém, nem a suplementação, que não está totalmente esclarecida, nem a manutenção das concentrações adequadas de vitamina D por si só, não são suficientes para ajudar no controle da doença. Outros fatores como o estado inflamatório, polimorfismos genéticos nos receptores, controle de drogas, ingestão alimentar adequada, interação do cálcio e exposição à radiação solar também podem envolver a relação da vitamina com a doença.